dúvidas frequentes

sobre Diabetes e Depressão

Procure resposta às suas perguntas, de acordo com o tema sobre o qual tem dúvidas. Nesta secção, reunimos as perguntas mais frequentes e disponibilizamos uma resposta.

O que é?

O que é a depressão e quais os sintomas?

A característica essencial da depressão é a existência de humor depressivo (tristeza marcada) ou perda de interesse nas atividades que habitualmente interessavam ao doente durante pelo menos 2 semanas.

Nesta situação, poderão existir outros sintomas associados como:

  • alterações do comportamento (isolamento social, deixar de fazer atividades de que se gosta, incapacidade de se concentrar e realizar tarefas no trabalho);
  • sentimentos (culpa, frustração, irritabilidade, indecisão ou mesmo incapacidade de tomar decisões);
  • pensamentos (são vulgares os pensamentos como ”é tudo culpa minha” ou “sou um fracasso”, ”não sirvo para nada”);
  • manifestações físicas (cansaço extremo, dores de cabeça ou dores musculares, alterações do sono e apetite).

Note-se que cada pessoa é única e assim as manifestações da sua depressão também o serão, ou seja, a combinação dos vários sintomas supracitados varia de pessoa para pessoa.

A depressão resulta de falta de “força de vontade”?

Esta situação clínica não resulta do facto de uma pessoa ser “fraca” ou “não ter força de vontade para superar os problemas”. Atualmente a depressão é considerada uma doença multifactorial, o que quer dizer que resulta da existência de vários fatores concorrentes:

  • fatores genéticos (tendência familiar para a depressão);
  • fatores psíquicos (acontecimentos de vida adversos que tornam a pessoa mais vulnerável);
  • fatores sociais (desemprego, relações interpessoais pobres).

Portanto, não basta uma pessoa tentar “animar-se” para superar a depressão.

Sintomatologia

O que fazer quando se reconhece alguns sintomas de depressão?

Se se sente mal durante a maior parte do dia e reconhece alguns dos sintomas citados, deverá consultar um médico, uma vez que o diagnóstico precoce de depressão minimiza o seu sofrimento e permitirá que ultrapasse a doença com mais facilidade.

No caso de uma pessoa com Diabetes, a depressão afetará muito provavelmente a capacidade do indivíduo lidar com a doença, cumprir um plano alimentar correto, fazer exercício e aderir e cumprir a terapêutica proposta para a sua Diabetes. O diagnóstico precoce e a introdução de terapêutica adequada à depressão adquirem deste modo uma maior importância.

Tratamento

Como ajudar um familiar deprimido?

A postura mais adequada será informar-se sobre depressão e Diabetes, ser um bom ouvinte, valorizando as queixas do seu familiar e fazendo-o sentir que não está só. Estimule-o a procurar ajuda técnica e a cumprir a terapêutica proposta pelo médico. Poderá também ajudá-lo a envolver-se em atividades sociais.

Qual é o tratamento da depressão?

Atualmente, a terapêutica considerada mais eficaz combina terapêutica médica (através de medicamentos) e terapia psicológica (psicoterapia), mas o médico avaliará caso a caso e determinará qual a terapêutica mais adequada ao seu caso.

O tratamento de uma depressão numa pessoa com Diabetes é diferente?

Como já foi dito antes, a terapêutica é determinada caso a caso, de acordo com as características individuais de cada pessoa. Assim, numa pessoa com Diabetes e a fim de não interferir no controlo da mesma, deverão ser escolhidos fármacos apropriados (medicamentos) que não interfiram com o controlo metabólico nem da glicemia (que não aumentem o apetite nem o peso do doente, por exemplo).


Para perceber se está deprimido poderá realizar a escala de auto avaliação de Zung (adaptado de Zung WWK. A self rating depression scale. Arch Gen Psychiatry,1965;12;63-70).
A maioria das pessoas com depressão obtêm entre 50 e 69; se o seu resultado se situar nestes valores, considere a possibilidade de pedir ajuda.

Informação elaborada por profissional de saúde com experiência no tratamento da depressão: Drª Ana Margarida Baptista, Psiquiatra, Nº 40890, Secção Regional Sul Ordem Médicos; Centro Hospitalar e Psiquiátrico de Lisboa (H. Julio de Matos).

PT-DIA-00208 11/2021